Tempo de leitura: 5 minutos
Olá pessoal, sejam bem vindos à primeira matéria da série, que com certeza terá vida longa por aqui.
O mais trabalhoso para esse primeiro episódio foi, qual álbum comentar, mas depois de uma sessão solitária de “brainstorm”, decidi começar com a maior banda de todos os tempos (pelo menos pra mim), The Beatles, com o álbum, “The Beatles”, e ai está a primeira curiosidade deste disco, que chegou às lojas no dia 22 de novembro de 1968, já que ele é mais conhecido como “White Album” (Álbum Branco), obviamente por ter sua capa totalmente branca, trazendo somente o nome da banda no canto inferior direito.
As primeiras edições (inglesas), traziam as cópias numeradas, e as quatro primeiras foram entregues a John Paul, George e Ringo. Quem foi o feliz contemplado com a cópia de número um? Segundo Paul McCartney, em, sua biografia, “Many Years From Now”, lançada em 1997, foi John Lennon que deu o grito mais alto e literalmente levou a preciosidade… no grito.
“The Beatles”, “White Album”, ou “Álbum Branco”, teve a maioria das faixas compostas entre março e abril de 1968, no retiro espiritual que os Beatles fizeram em Rishikesh, na Índia, num total de aproximadamente 40 composições. Algumas delas relatavam fatos ocorridos naqueles dias, como “Dear Pudence”. Prudence, era a irmã de Mia Farrow, que em sua dedicação na meditação, dificilmente saia do quarto. “Sexy Sadie”, falava sobre a decepção de John Lennon com a experiência em Rishikesh.
Aos poucos cada um do grupo foi retornando a Londres, e em maio, depois de algumas semanas de pré produção no estúdio particular de George Harrison, eles deram início às sessões de gravação no Abbey Road Studios, em meio às diferenças musicais que começavam a fazer parte do dia a dia da banda.
Boa parte dessas sessões eram feitas individualmente, com Paul McCartney, chegando a tocar, além do baixo, guitarra, vários teclados, também a bateria, o que provocou o primeiro “racha” sério no quarteto, com o baterista Ringo Starr, se sentindo inútil ante a genialidade de John Paul e George, deixando os Beatles, retornando uma semana mais tarde, depois dos pedidos de desculpas de McCartney que cobriu sua bateria com vários ramalhetes de flores.
O distanciamento se dava também devido a insistência de Lennon em ter sempre ao seu lado, Yoko Ono, que aos poucos começou a dar opiniões, não muito bem recebidas pelo restante do grupo, causando ainda mais tensão e distanciamento entre eles, o que dificultava muito o trabalho do produtor, George Martin e seu engenheiro de som e auxiliar, Geoff Emerick, sempre acostumados a trabalhar com os quatro, juntos e sem a intromissão de algum “convidado”.
Já que John tinha a companhia de Yoko, George Harrison causou outro momento de desconforto, quando chegou para as sessões onde a banda trabalharia numa de suas composições, “While My Guitar Gently Weeps”, trazendo a tira colo o guitarrista Eric Clapton, que registrou um solo fantástico. Outra participação que teria ocorrido, mas nunca confirmado por ninguém do círculo dos Beatles, foi a de Jimmy Page, na época um conceituado músico de estúdio, que estaria perambulando pelos corredores de Abbey Road, e supostamente teria feito uma participação em alguns takes da faixa “Helter Skelter” … será ?

Segundo George Martin, “White Album” bem que poderia ser um disco simples, mas naquela época começaram a aparecer os primeiros álbuns duplos, e segundo Lennon e McCartney, havia vasto material para o formato.
Voltando a capa, a idéia de se ter algo totalmente branco ia em direção oposta à multi colorida produção da capa de “Sgt. Peppers Lonely’s Heart Club Band”, e transparecia a influência do Hare Krishna vivida pelos quatro.
Em todo mundo, o disco trazia um pôster com colagens de fotos de várias fases dos Beatles de um lado, enquanto o verso trazia todas as letras das musicas, mais quatro fotos individuais de John, Paul, George e Ringo.
No Brasil, “White Album” contou com um detalhe não muito agradável, mas que hoje pode ser disputado a tapas pelos fans ao redor do mundo. Por um descuido, a faixa “Revolution 1”, teve uma alteração na rotação, tanto para cima como para baixo, o que para muitos fazia parte das loucuras vividas pela banda naqueles tempos. Mas não era, e o defeito somente seria sanado nas edições que foram feitas alguns anos depois. Com o tempo, a numeração existente nas primeiras edições também foram suprimidas, assim como o nome da banda em alto relevo, sendo substituído pela inscrição “The Beatles”, na cor cinza.
As primeiras edições em CD. traziam somente dois Cds, mas em versões mais recentes o poster voltou a ser incluído assim como as quatro fotos individuais estampadas no encarte interno, além de um bloco com fotos das sessões e da época. Com o retorno do vinyl, o formato original, com pôster e as fotos individuais nas dimensões originais, voltaram, para a alegria dos fans.
No mais, esse é apenas um dos vários clássicos lançados pelo quarteto de Liverpool, que fica ainda mais agradável de se ouvir, hinos como Martha My Dear, Mother Nature’s Son, Savoy Truffle, Yer Blues, Glass Onion e a controversa, Helter Skelter, em qualquer um dos modelos das caixas acústicas EDIFIER.
Até o mês que vem!
Vitão Bonesso