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Não importa o seu estilo musical, a qualidade de áudio em uma música digital é um grande diferencial em caixa de som ou fone de ouvido. Cada formato, cada tamanho, cada arquivo possui uma qualidade diferente e isto influencia diretamente em como você ouve uma música.
Teste você mesmo.
Pegue um CD original e ouça uma música em seu rádio. Depois ouça essa mesma música em seu computador no formato MP3. Conseguiu notar a diferença de ruído e compressão?
Qualidade, formato e compressão
Para passar as músicas de um CD de áudio para seu computador, é possível que não haja perda de qualidade, se utilizado o formato WAV (padrão Windows) ou o AIFF (padrão Mac). A qualidade é perfeita, mas o tamanho pode lhe render uma grande dor de cabeça: para cada minuto de música em formato WAV, uma média de 10MB são ocupados no disco rígido.
Então para ocupar menos espaço, você utiliza um compressor de arquivos de áudio e acaba com um arquivo de áudio de qualidade baixa e tamanho comprimido. Como o MP3 acaba ficando tão menor? O formato basicamente elimina todas as faixas de áudio que, teoricamente, não são percebidas pelo ouvido humano, comprimindo instrumentos e camadas da música.
É como se um rolo compressor passasse por cima de uma orquestra: a música soa como um bloco de ruídos, o que pode causar a fadiga auditiva. O grande problema é que as pessoas já estão tão acostumadas à esta massa de instrumentos e voz, que a música corre um sério risco de degradação. 🙁
Quanto pesa a sua música?
Se em uma roda de amigos, alguém perguntar “Quanto pesa um arquivo MP3?”, é muito provável que a primeira resposta seja: “3MB!” Afinal, este é o tamanho médio de uma música comprimida no tamanho MP3 com duração entre 3 a 4 minutos e bitrate padrão de 128 KBPS.
Com a necessidade de ter arquivos de áudio com qualidade superior sem que ocupem muito espaço em disco, foram criados vários outros formatos de música digital com a intenção de facilitar a vida do usuário e permitir que ele escute música com qualidade.
Veja os formatos de áudio mais populares.
MP3 – O mais famoso
Criado na Alemanha, o MPEG-1 Layer 3 é o formato de música digital mais conhecido e utilizado em todo o mundo. O esquema de compressão equivale a três camadas distintas de som, cada uma com uma finalidade diferente.
Com esta compressão, há grande perda na qualidade do áudio, já que todas as faixas que teoricamente não são captadas pelo ouvido humano, são eliminadas. A taxa de compressão equivale a 10:1, sendo possível gravar um CD com mais de 12 horas de MP3 a uma taxa de 128KBPS.
PCM – Qualidade absoluta
O Pulse Code Modulation é nada mais nada menos que o formato de áudio presente nos CDs de música que você compra. Desenvolvido no início da década de 70 pelas gigantes Sony e Philips, o PCM é um dos formatos de áudio digital mais antigos. Apesar de trazer uma excelente qualidade de som, os arquivos de áudio em PCM são muito pesados sendo que um CD armazena, no máximo, 74 minutos de áudio neste formato.
FLAC – Compressão e qualidade
Criado em 2003, o Free Lossless Audio Codec (FLAC) é um formato cuja principal vantagem é a compressão de dados sem perda de qualidade —o que não acontece em outros formatos, como o MP3, o WMA e o Ogg Vorbis.
O FLAC também é open source e pode ser usado livremente por qualquer pessoa. Este formato encontra-se entre o MP3 e o WAV, uma vez que oferece uma qualidade similar ao WAV com um formato um pouco maior que o MP3. Assim que os usuários começaram a ter conexões à internet velozes, o formato acabou tornando-se bastante popular.
AAC – A dominação da Apple
A Apple teve a sua contribuição na revolução da música digital, afinal, o iPod e o iTunes são dois nomes que não podem faltar quando o assunto é música virtual. Este formato, que significa Advanced Audio Coding, foi popularizado graças à Apple Store, que vende seus arquivos de aúdio em AAC.
Apesar de que, assim como o MP3, há perda de informações nos arquivos AAC, o formato é mais aprimorado, oferecendo qualidade superior e tamanho inferior aos arquivos MP3. Desta forma, o formato AAC é apontado como um dos sucessores do MP3.
MP4 – Áudio e vídeo
O MPEG-4 Part 14 não é uma evolução do formato MP3 especificamente, mas sim do MPEG-1 e do MPEG-2, formatos que armazenam áudio e vídeo simultaneamente. Sendo um formato relativamente novo, poucos dispositivos oferecem real suporte ao formato. Os mais populares são os iPods da Apple, players da Sony e o Nintendo Wii. Portanto, é errôneo chamar qualquer player portátil que tenha suporte a vídeo de MP4, termo bastante utilizado hoje em dia.
Ogg Vorbis – 25% menor
Diferente do MP3, o Ogg Vorbis utiliza um sistema de codificação VBR (Bitrate variável), permitindo arquivos mais compactados e de qualidade superior. Os arquivos gerados podem possuir a mesma qualidade do MP3 só que com um tamanho até 25% menor.
O formato está presente nas plataformas Windows, Linux e Mac. Para transformar áudio em MP3 para Ogg Vorbis, é possível utilizar um codificador gratuito chamado FreeRip.
WMA – O formato do Windows
Se a Apple leva os créditos pelo AAC, a Microsoft traz o Windows Media Audio, formato compatível principalmente com o player Windows Media Player e o Winamp. Os arquivos são até 50% menores que o MP3, mas há perda de qualidade.
WAV – Qualidade sim, mas e o tamanho?
O Waveform Audio foi desenvolvido pela Microsoft e IBM para armazenar arquivos de áudio em PCs. Por utilizar o método de conversão PCM, não há perda de dados mas também não ocorre a compressão, resultando em arquivos pesados. Dependendo de alguns números relativos à qualidade, um minuto de arquivo de áudio no formato WAV pode ocupar até 10MB.
Equipamento
Onde você costuma ouvir música? Com uma caixa de som pequena que tem no seu computador ou um fone de ouvido qualquer? Esqueça: você não consegue ouvir arquivos de áudio com qualidade se o equipamento também não colaborar. Afinal, de nada adianta codificar seus arquivos de música no melhor formato e resolver ouvi-los em uma caixa de som de má qualidade.
O que é preciso para ter qualidade de áudio?
1. Arquivos de música com qualidade (conforme suas necessidades de compressão). Recomenda-se arquivos de áudio a partir de 256 KBPS.
2. Um bom player de música (indica-se o Winamp, o iTunes e o Windows Media Player).
3. Caixas de som de qualidade e, de preferência, com um subwoofer, caixa que reproduz sons graves.
Agora é só “dá o play!”
Agora você descobriu um pouquinho mais sobre como os formatos e qualidade de áudio funcionam. Escolher qual o formato que atende melhor às suas necessidades de qualidade e compressão é algo que deve ser pensado com muita calma e carinho, afinal, quem se preocupa com áudio geralmente trata sua coleção de músicas como se fosse um filho! 🙂
E você já se rendeu à música digital? Qual o seu formato de áudio favorito? Alguma dica para obter arquivos de áudio com melhor qualidade? É só comentar!